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RELATO DA CNPdC DA II REUNIÃO TEMÁTICA DO GT CULTURA VIVA – 26 e 27 de abril/2012
Postado em 12/05/12 por LULA
GT
RELATO DA CNPdC DA II REUNIÃO TEMÁTICA
DO GT CULTURA VIVA – 26 e 27 de abril/2012
Em nossa segunda incursão presencial desse processo do GT
Cultura Viva, chegamos a Brasília com um dia de antecedência conforme
nossa solicitação, o que permitiu mais tempo de trabalho à toda a
Comissão, tanto na sistematização dos formulários regionais quanto nas
respostas solicitadas pelo IPEA. Esse momento de troca de experiência
foi muito proveitoso também para alinhar a discussão sobre as atividades
desenvolvidas, que tem grande carga de trabalho que lutamos para dar
conta nos prazos determinados.
No primeiro dia de reunião na SCC/MinC fomos autorizados a
transmitir ao vivo os trabalhos, mediante alguns compromissos assumidos
em termos de não editar imagens ou descontextualizar as falas. Para quem
acompanha os registros do Mestre Lula Dantas, representante do Nordeste
e também responsável pelas gravações, sabe que isso nunca ocorreu, suas
edições somente visam facilitar a visualização do conteúdo, mesmo assim
assinamos a papelada solicitada. Indo para o trabalho propriamente
dito, tivemos a praxe: fala da secretaria, fala do IPEA e descrição da
metodologia dos trabalhos do dia que está focada numa verticalização por
meio da divisão em grupos segmentados: CNPdC, Representações Regionais,
Secretarias do MinC, Vinculadas e Parceiros. Percebemos que entre esses
participantes houve algumas substituições incorrendo em situações na
qual as pessoas ainda não tinham uma ideia clara do seu papel no
encontro. Felizmente nós conseguimos nos fazer presentes garantindo a
continuidade da atuação da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura.
Ressaltamos aqui o grande auxílio de Patricia Ferraz do Pontão de
articulação da CNPdC e “Faísca” do DF, parceiros que estiveram
firmemente conosco nos dois dias de trabalho. Também estava presente
somando o time, Marjorie Botelho, do Ponto de Cultura Rural (RJ)
representando o Conselho Nacional de Juventude. Todo esse coletivo
contribuiu propositivamente na qualidade do debate, trazendo suas
experiências e vivências.
Na tarde do primeiro dia tivemos um momento de discussão
mais acalorada a respeito da gestão compartilhada, possivelmente
deflagrada pelas respostas dadas pela CNPdC para as questões elaboradas
pelo IPEA e pelo fato de termos salientado a gênese do programa,
relembradas nas falas do ex-Ministro da Cultura Gilberto Gil e do
Presidente Lula na primeira cartilha do Programa Cultura Viva. Longe de
ser uma atitude provocativa, desrespeitosa ou “saudosista”, tínhamos o
único objetivo de referenciar nossa fala sobre uma construção vinda do
ventre do Programa. Isso gerou certo desconforto e levou a um embate
sobre a questão conceitual que norteia inclusive a gestão compartilhada.
Foi um momento importante e de nossa parte muito íntegro porque não
estávamos inventando nada, mas sim explicitando a realidade, onde boa
parte dos Pontos de Cultura, Gestores Estaduais e Municipais, desconhece
ou se conhece não põe em prática no seu cotidiano. É necessário uma
divulgação e integração maior dos conceitos do Programa na
descentralização/federalização para que o mesmo não vire um mero
repassador de recursos ou seja decidido às bênçãos e graças do gestor
estadual ou municipal de cultura. A CNPdC levantou a necessidade de
mobilização e inclusão das Coordenações Estaduais e Municipais no GT
Cultura Viva, ausentes até o momento. A SCC ficou de elaborar e enviar
um ofício com informações.
Nós da CNPdC, iniciamos o segundo dia de trabalho na
SSC/MINC com um diálogo muito proveitoso com o Bernardo Machado (Diretor
de Programas Integrados) da SAI – Secretaria de Articulação
Institucional, que nos informou acerca da Eleição dos Colegiados
Setoriais do Conselho Nacional de Políticas Culturais, que se dará em
plataforma virtual, permitindo uma ampla participação popular, sendo uma
estratégia importante a inscrição, articulação e candidaturas do
Movimento Nacional dos Pontos de Cultura, que poderá vir a ocupar várias
cadeiras, fortalecendo a presença do Movimento nesta instância. A
cadeira que era ocupada por Chico Simões hoje está vaga, não temos a
expectativa de renovação, não nos foi acenada essa “vontade política” e
se não fizermos uma mobilização para tal, ela irá para alguma entidade
parceira do MinC.
Dando continuidade aos trabalhos, tratamos sobre dinâmica e
governança das redes, fomento e sustentabilidade, com questões que por
vezes deixavam margem para dúvidas quanto ao sentido. Ao refletir sobre
as redes em especial as virtuais e sua densidade, chegamos a conclusão
que os últimos dois anos talvez tenham minado a confiança dos Pontos de
Cultura no Programa. Sempre quando questionados sobre o fato de que
vários problemas burocráticos tem origem junto com o programa, ao que
concordamos, insistimos em sublinhar a necessidade do Ministério da
Cultura cumprir seu papel de gestor tratando de frente da resolução das
questões de forma oficial e pró-ativa, adequando sua estrutura
administrativa às necessidades de melhoria, fortalecimento e
continuidade do programa. Percebe-se claramente que o governo atual,
mesmo sendo de continuidade, inaugura na área da cultura um novo
conceito político e orçamentário, o que promove perda do encantamento
no maior legado da cultura brasileira dos últimos anos, que é o Programa
Cultura Viva. Isso é intangível, é impossível ser aferido nesse formato
de pesquisa, mas visível na dificuldade de mobilização e na
superficialidade de certas discussões referentes aos Pontos de Cultura.
Em breve intervalo, a Secretária da SCC, Márcia Rollemberg, recebeu a Comissão da CNPdC, onde fomos informados que:
-
A TEIA Nacional acontecerá em 2013.
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As TEIAs Estaduais, talvez, junto com o Seminário Cultura Viva, de acordo com as demandas de cada Estado.
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A SCC está analisando a viabilidade de acontecer reunião com a CNPdC na Rio+20 e dependerá da nossa articulação e mobilização para a hospedagem solidária acontecer.
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Como já vem sendo articulado desde o FST 2012, A Rede Nacional de Cultura Ambiental Afro-brasileira convidou a CNPdC para somar na tenda dos Povos tradicionais de matriz africana e estamos fazendo a construção colaborativa (venha vc também) da programação neste link:
-
estão previstos: Encontro Mundial dos Povos de Terreiros, I Conferência Livre Internacional da Cultura Viva, Campanha Continental Cultura Viva Comunitaria e as datas principais de convergência serão de 18 a 22 de junho de 2012. Pretendemos seguir avançando na agenda positiva com a SCC e firmando o ponto, protocolamos ofício solicitando que seja viabilizada a reunião da SCC com a CNPdC dentro da Cúpula dos Povos na tenda dos Povos Tradicionais de Terreiros que serão nossos anfitriões nesse grande encontro.
Seguindo os trabalhos, as questões sobre o fomento e a
sustentabilidade diziam respeito aos editais, bolsas e prêmios e como
podem ser aprimorados, ao que recuperamos um fato muito importante e
permeia a discussão de gestão compartilhada, redes e fomento: alguns dos
editais do Programa Cultura Viva publicados a partir de 2008 atendiam
demandas apresentadas durante as TEIAs pelos Pontos de Cultura, ou seja,
o Programa ia se moldando à realidade das ações com a gestão
compartilhada. Um grande desafio está lançado com a integração dos novos
atores, os gestores estaduais e municipais, que devem dar continuidade
ao conceito do Cultura Viva.
Na sequência deste segundo dia da II Reunião Temática
houveram repactuações e alguns problemas foram apontados, entre eles a
alteração do Cronograma do GT Cultura Viva, com o adiamento do Seminário
Cultura Viva inicialmente marcado para maio e a possibilidade da
realização dos seminários durante as Teias Estaduais, possibilidade
ainda sendo analisada pela SCC/MinC. Percebemos claramente que os
elementos de gestão que precisam ser repensados. Registramos que a CNPdC
tem interesse em participar da elaboração do Plano de Comunicação que
está sendo discutido com coletivos da Cultura Digital, mas não tem
acesso as informações e reuniões. Banda larga para os Pontos de Cultura,
antena GESAC, comunicação institucional inexistente, são assuntos ainda
não discutidos suficientemente.
O Américo Córdula, representante da Secretaria de Políticas
Culturais, informou sobre o andamento do SNIIC – Sistema Nacional de
Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), um banco de dados de bens,
serviços, infra-estrutura, investimentos, produção, acesso, consumo,
agentes, programas, instituições e gestão cultural, entre outros, que
estará disponível para toda a sociedade. Terá todas as informações
culturais, inclusive dos Pontos de Cultura.
Finalmente a questão do nome “Redesenho”. Colocamos
novamente o fato que essa nomenclatura remete imediatamente ao período
mais conturbado dessa atual gestão do MinC junto aos Pontos de Cultura, e
isso tende a nos afastar da colaboração com os formulários e
discussões. As interpretações ao nome variam de acordo com os
referenciais teóricos e práticos das pessoas, geralmente de forma
positiva e até conciliatória, mas para a maioria dos Pontos de Cultura
remete a um “refazer o que não estava bom”, ou ainda o comentário do
Pedro Luiz na plataforma da http://cultura.sc/pontos/,
numa publicação que sequer tratava desse assunto: /agora é tudo
“redesenho”… vide também na instância federal. Só que esse estão usando
mais a borracha do que o lápis/.
O assunto foi discutido e a SCC e IPEA ficaram de fazer uma
consulta jurídica por causa da portaria que autoriza a criação do
GT-Cultura Viva para renomear ou rebatizar esse momento. (A saber,
Portaria do MinC de 19 de abril de 2012, em seu Art. 1º Instituir Grupo
de Trabalho, denominado GT-Cultura Viva, para elaborar proposta de
redesenho do Programa Cultura Viva, criado por meio da Portaria MinC nº
156, de 2004, alterado pela Portaria MinC nº 82, de 2005). O que criou
um desafio para nós, sugerir um novo nome, num espírito de Gestão
Compartilhada, uma vez que para nomear o “Redesenho”, não fomos
consultados. De acordo com a própria Secretaria Márcia Rollemberg a
princípio a substituição do nome não traria grandes problemas. Além
disso, na opinião da CNPdC seria um gesto interessante: o trabalho se
moldando a realidade.
Por fim concluímos que a avaliação do IPEA não contempla a
gestão do Programa pois não avalia o Ministério da Cultura fazendo uma
análise dos impactos na execução dos convênios, nos atrasos dos repasses
dos recursos, na ausência de capacitação de qualidade nas áreas de
Gestão para os servidores do MinC, no setor de prestação de contas, na
comunicação institucional insuficiente, no desaparelhamento do Estado,
na interferência da burocracia nas execuções dos planos de trabalho dos
Pontos e Pontões de Cultura.
Apresentamos anexo Relatório Virtual da II Reunião
Temática, contendo links para os documentos produzidos, álbum de fotos e
do vídeo do Streaming na íntegra, pois não foram
permitidas edições pela SCC/MinC.
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