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Manifiesto MESA 16: Feminismo y Cultura Comunitaria
Congreso Latinoamericano de Cultura
Viva Comunitaria, La Paz Bolivia, Mayo 2013
“A
Cultura é mais que um evento, a Comunidade é Revolução”
Manifesto
mesa 16 do Feminismo e da Cultura Comunitaria
Mesa
organizada por: Asamblea de Feminismo Comunitario
A
cultura é uma produção social, material e simbólica de um povo em
um determinado territorio. Hoje, nossas culturas enfrentam o feito
colonial de 1500 quando se plantou a hegemonía de uma cultura
occidental como modelo, com fim de oprimir, explorar e se apropiar de
nossos recursos naturais.
Hoje,
remarcamos o significado de cultura, pois esta é produzida tanto por
homens quanto por mulheres dos povos, que enfrentam cotidianamente os
poderes que tentam nos limitar ao dia a dia e nos impedem de
construir nossa identidade.
Por
isso, dizemos que a cultura não se pode reducir à políticas
públicas de espetáculos, eventos, nem mesmo aos escassos
financiamentos governamentais. É nosso desafio contruir a sociedade
em que queremos viver, para além de leis e normas, que nos servem em
certos momentos, mas não transformam nem tem interesse na contrução
de uma nova realidade.
Durante
as ditaduras na América Latina, a cultura popular, o teatro, a
educaçao popular foram instrumentos de luta revolucionária, desde a
luta de classes, desde a transiçao da consciencia em si para a
consciencia para si. Temos militado no popular e a partir disso
temos criado metodologia e ferramentas, temos reinvindicado a
participaçao e a construçao coletiva como ato revolucionário, como
atentado contra o capitalismo. O capitalismo nao foi derrotado, as
classes ainda existem, por isso hoje resgatamos esta memória,
reconhecendo sua parcialidade economicista que nao reconhecia as
opressoes patriarcais coloniais, nao reconhecia as subjetividades,
entretanto foi nossa espaço de luta.
Na
década dos anos 90 o neoliberalismo cooptou também o popular, lhe
reciclou, lhe institucionalizou e nos devolveu despolitizado,
mutilado. Hoje corremos o mesmo risco, o sistema patriarcal,
capitalista, racista, colonial pode reciclar o comunitário,
despolitizar-lo e devolver-lo como moda em que apostemos sem
críticas. Portanto é responsabilidade política nos perguntarmos: O
que é cultura viva e comuinitária? Porque nos sentimos convocadas e
convocados a um encontro comunitário? O que é para nós a
comunidade? Denunciamos o risco de que as ONGs, as municipalidades e
os Estados reciclem o comunitário hoje para disfarçar-se.
Portanto,
defendemos que não podemos utilizar a palavra comunitário como um
adorno para enfeitar um evento, acreditamos que é imprescindível
discutir e nos apropriar dos conceitos de comunidade e comunitário
para questionarmos as concepcões colonizadoras de comunidade,
observar as conjunturas políticas de Abya Yala – América Latina e
recuperar a energía criativa e transformadora dos povos para seguir
construindo uma política do “bom viver”.
Cabe
aqui perguntar se a comunidade que queremos já existe ou temos como
objetivo construí-la. Queremos uma comunidade que não transforme as
diferenças biológicas em diferenças e opressões sociais .
Portanto, a comunidade e o comunitário como categoria espitemológica
e política, é uma alternativa ao individualismo que recupera a
memória ancestral, e assim, conduz nossos povos e nossas sociedades
para uma mudança social e a construção da nossa utopia.
Assim,
como mulheres , estamos questionando as políticas culturais pelas
quais lutamos para que não reproduzam lógicas machistas a partir de
nossas próprias organizações e, consequentemente, queremos novas
formas de organização que se utilizem da luta feminista na
descontrução de uma cultura patriarcal.
Nos
afirmamos na luta por uma cultura comunitária que tenha como
precedente a autonomía dos nossos corpos, que respeite nossos ciclos
naturais, para uma transgressão dos papéis que nos foram impostos,
para recuperar os espaços negados as mulheres e seguir propiciando o
pensamento criativo e a base necessária para transformar a utopia em
realidade.
Queremos
uma cultura comunitária na qual homens e mulheres possam tocar
tambores, possam vestir-se como queiram, amem a quem queiram, como
queiram e quantos queiram, onde todxs tenhamos responsabilidade
política com a vida, onde homens e mulheres compartilhem a criação
de todas as crianças.
GEOVANA
FUENTES, PERÚ, PARÍO PAULA
NORMA
LECCA ZAPATA, PERÚ, PARÍO PAULA
YULISSA
BOEREN, PERÚ, TOMATE COLECTIVO
JULIA,
BOLIVIA, ASOCIACIÓN ABYA YALA
CREARTEDUCACIÓN.
ANA
CÁRDENAS, COORPORACIÓN DE CULTURA, CHILE.
CLAUDIO
MORSONES, CHILE, CORS NARANJA.
Beatriz
Moreira SOYLOCOPORTI (Brasil)
BRUNA
MENDONÇA (Brasil)
Marcos
Antonio Monte Rocha FABRICA DE IMAGENS (Brasil)
|
Cinthya
Reyes Cuba ASOCIACION “LA RESTINGA” (Perú)
Carolina
Dreyfus Peña MARIPUSSY CREW (Perú)
Nicolas
Quispe CORDEINCA (Bolivia)
Baby
Amorim CULTURA E ARTE NEGRA ILÚ OBÁ DEMIN EDUCAÇAO (Brasil)
Natalia
Vasconselo OCA ESCOLA CULTURAL (Brasil)
America
Maceda, Adriana Guzmán, Julieta Paredes, ASAMBLEA DE FEMINISMO
COMUNITARIO.
MUJERES
CREANDO COMUNIDAD.
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